quinta-feira, 10 de março de 2011

GÁS NO BRASIL

A Petrobras está em contagem regressiva para iniciar a produção do campo de Mexilhão, na Bacia de Santos. Prevista para começar em 14 de março, ela elevará a oferta do combustível nacional dos atuais 2 milhões de metros cúbicos por dia para 22,2 milhões — alta de mais de 1.000% — até o fim do ano, juntamente com outros sistemas que entrarão em operação na região.

Considerando a produção total no Brasil, de 61 milhões de metros cúbicos/dia, a oferta subirá em torno de 40%. A maior disponibilidade de gás, no entanto, chega acompanhada da discussão sobre o que será  feito dele. 

Atualmente, além da produção local, o Brasil importa da Bolívia 30 milhões de metros cúbicos por dia, por meio de um contrato que vigora até 2019. Em momentos de pico de consumo, a demanda interna fica em, no máximo, 86 milhões de metros cúbicos por dia.

Com a produção da Bacia de Santos — o que inclui os campos de Merluza, Lagosta, Uruguá-Tambaú e, no futuro, o pré-sal de Lula (antiga área de Tupi) e Cernambi  ( ex-Iracema )—,  a oferta vai saltar para 60 milhões de metros cúbicos diários em 2017  e  para  100 milhões  em 2020. “Precisamos desenvolver o mercado logo porque o gás está vindo aí”, diz o gerente de exploração e produção da unidade de negócios da Bacia de Santos, Marcio Naumann. “O potencial maior está aqui [Santos] e precisamos buscar mercado porque uma parte desse gás [fora o Campo de Mexilhão] está associado ao óleo e precisa de um destino nobre”, diz o gerente, referindo-se a uma parte do gás, que será extraída juntamente com o petróleo.

Barreira do preço

Em São Paulo, 67% do gás distribuído pela Comgás vem da Bolívia, seguindo o acordo em vigor até 2019. Mas o vice-presidente da empresa, Sergio Luiz da Silva, questiona a diferença de preços. “Se tirássemos a parcela fixa, a redução seria de 32%”, estima. Mesmo a parcela flutuante da tarifa é alvo de discussão. “Será que precisamos dessa indexação? Já que o gás associado ao óleo é um problema, o preço deveria mudar. Quando o refrigerante está estragando, o supermercado faz promoção”, exemplifica.

Fonte: Brasil Econômico

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